terça-feira, 12 de maio de 2015

Levantando a cabeça


Meu marido sempre fala que reagi melhor do que ele esperava, estou tentando ser forte, pois enquanto não ouvir um: você não poderá engravidar, continuo tendo esperança.
Tem hora que fico muito negativa, por ter baixa reserva ovariana, por ter passado por uma fiv e ter tido apenas um embrião e se ao tertarmos novamente não tivermos mais nenhum ou apenas um novamente.
Não temos certeza de nada, realmente posso passar por tudo novamente e ter mais um negativo, mas e se eu não tentar? Nunca saberei, e se eu tentar e o nosso bebe tão sonhado chegar.
Respirar fundo, tenho feito muito isso. Mas confesso que o que me mantem em pé é a possibilidade de tentar mais uma vez, é ver o marido disposto a passar por tudo novamente.
Voltamos ao meu médico para finalizar o tratamento, saber o que pode ter ocorrido, quando chegamos ouvimos dele que ele estava muito otimista, mesmo sendo um único embrião era de boa qualidade.
Questionei meu endométrio estar apenas com 7mm no dia da transferência, ele disse que uma paciente esta esperando gêmeos com endometrio fino 5,5 mm. 
Mas mesmo assim pediu uma histeroscopia com injúria do endométrio para investigar.
Ele hora nenhuma nos perguntou se tentariamos denovo, na verdade nem precisava perguntar estavamos tao decididos a partir para uma segunda FIV, que a pergunta era mesmo desnecessária.
O médico resolveu mudar o protocolo, mais uma vez ficamos inseguros, são muitas perguntas, porque mudar, será que vai dar certo, será que terei folículos, embrioes, será que terei uma vida dentro de mim, algum dia.
Até para escrever me sinto em uma gangorra emocional, oscilando entre a confiança de que dará certo e o medo de nunca ser mãe.
Para levantar a cabeça é preciso  pensar por etapas, a primeira começa amanhã, mais um exame, mais uma sedação. Quando penso no tanto de agulha que terei que enfrentar novamente me da um frio na barriga e penso se estamos indo rápido demais com todo o processo, mas respiro fundo novamente, o tempo no meu caso é um inimigo e tenho que ter coragem e fé para continuar.
Estamos entrando novamente nesta batalha e vamos sair vitoriosos se for vontade de Deus.
Mais uma vez agradeço pelo marido que tenho, pela família que está cada vez mais unida, resolvi me abrir com minha cunhada e irmãos e tem sido ótimo ter o apoio e o amor deles. 
Não estou sozinha e isso é ótimo.
Rumo a segunda FIV, com muito mais Esperança.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Resultado

Passaram os 12 dias após a transferência, tinha chegado o grande momento, eu e meu marido acordamos cedo e fomos correndo ao laboratório, colhi o sangue e faltava duas horas para saber o resultado.
Estávamos felizes, confiantes, quando chegou a hora de buscar, eu tremia tanto, suava frio, íamos saber.
Peguei o exame e levei para o meu marido quando abrimos toda alegria, todo sonho tinham acabado, a dor tão grande que revivo neste momento de insonia nos consumiu.
Não conseguia falar nada, só chorar, olhar para o meu marido, meu companheiro nesta jornada, e ver a dor no seu rosto, me doia mais ainda.
Acho que foi o pior dia da minha vida. Não sei como medir uma dor, mas era a mais insuportável, um nó na garganta. Achava que já tinha sofrido o suficiente com a imensa jornada que já tivemos para chegar até a fiv. Mas nada foi igual ao negativo após a fiv e pensar que era meu único embrião, era o guerreiro sobrevivente e ele não conseguiu me matava por dentro.
Mas era hora também de respirar, a vida não acaba com o negativo, era hora de juntar os cacos, olhar para o marido e falar que tinhamos que agradecer. Agradecer na dor, agradecer que mesmo recebendo um negativo temos saúde, agradecer por termos tido a chance de tentar, agradecer por estarmos mais juntos do que nunca.
Hoje olho o marido com outros olhos, um amor que não cabe em mim, como sou grata por tê-lo, mas isso também me faz sofrer quando penso que ele não tem problema de infertilidade e não precisaria passar por isso, ouvir dele que esse negativo foi a pior coisa que aconteceu em sua vida e que estava sentindo um vazio me deixa mais triste ainda, mas também disposta, disposta a começar do zero, a passar por tudo denovo. 
E vou começar hoje mesmo ligando para o meu médico.
Que Deus nos dê força.
Eu continuo sendo a Esperança.